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Quénia envia primeiro contigente de 400 polícias para o Haiti

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O Quénia enviou esta terça-feira, 25 de Junho, 400 polícias para o Haiti no âmbito de uma missão internacional de apoio à segurança, a pedido das autoridades haitianas e sob os auspícios das Nações Unidas. A decisão foi tomada em resposta à crise de segurança que o Haiti enfrenta. O professor universitário em Bordéus, de origem haitiana, Rafael Lucas, descreve um sentimento de esperança e de desconfiança por parte das população haitiana quanto à chegada da missão internacional.

RFI: Quais são os objectivos desta missão e de que forma esses objectivos podem vir a ser alcançados?

Rafael Lucas: Os objectivos são ajudar o governo haitiano a restabelecer a ordem, mas nem sempre corresponde à necessidade da população haitiana, que é eliminar os bandidos, porque a população, na sua maioria, não quer que os bandidos sejam julgados. Eles preferem que o contigente queniano os ajudem a impor tranquilidade e paz, sobretudo nas vias de circulação inter-urbanas porque os bandidos atacam veículos de transporte e também querem que as crianças possam ir à escola, que os veículos possam circular e que a vida económica possa ser retomada.

Esta decisão foi tomada em resposta à crise, como explicou de segurança que o Haiti enfrenta e que se agravou desde o passado mês de Fevereiro, marcado por um aumento de violência entre gangues, sequestros e uma situação humanitária crítica Esta missão pretende restaurar a ordem, combater gangues, fornecer ajuda humanitária, É isso?

Por enquanto, o contigente queniano vai garantir a possibilidade de proteger os prédios oficiais. A maioria desses prédios já foi assaltada pelos bandidos e a maior parte dos funcionários já fugiu desses prédios, incluindo os hospitais. Então, as forças quenianas têm como missão garantir a tranquilidade desses prédios. A questão dos prédios não constitui a prioridade da população.

Qual é a prioridade da população?

É primeiro a circulação e depois querem que o contigente possa eliminar os agrupamentos de bandidos porque eles já tinham começado há um ano, um ano e meio, mais ou menos uma operação para reduzir bandidos, chamada "linchamento", muitos bandidos foram linchados, foram queimados. É um método brutal e quase medieval, mas esse método deu resultados, pelo menos durante certo tempo, até que os bandidos se conseguiram adaptar e também mudar de estratégia.

Que cooperação existe entre o contigente queniano e as forças haitianas locais, bem como outros contingentes internacionais presentes no terreno?

Acho que o governo haitiano estava à procura de uma ajuda internacional que no princípio devia começar a partir dos países mais próximos. Só que os países da América Latina, a maior parte deles, recusaram aventurar-se no atoleiro haitiano. Os Estados Unidos, por razões históricas, a França também, e o Canadá e outros países como o Brasil, também recusaram. Eles foram buscar ajuda a África e o Presidente do Quénia propôs enviar um contigente

Por que é que esses países todos recusaram ajudar e enviar polícias para o Haiti?

Os Estados Unidos já tinham invadido e ocupado Haiti entre 1915 e 1934 e a ocupação americana deixou um verdadeiro traumatismo no Haiti. A França também, pelas mesmas razões depois, os outros países sabem que os bandidos podiam utilizar a presença deles como pretexto para se redimir e mostrar que lutavam contra a ocupação estrangeira. Mas com os africanos, eles não têm os mesmos argumentos.

Existe a relação histórica entre o Quénia e o Haiti, apesar de ser limitado em termos de profundidade histórica e interacções directas. Os dois países partilham fortes laços simbólicos, como nações que lutaram pelas suas independências contra potências coloniais e contribuíram para o surgimento de movimentos de descolonização e cooperação internacional...

Sim, é um argumento que eles utilizam, mas no Haiti a população não tem nenhuma referência a propósito do Quénia, tirando alguns filmes sobre animais, filmes dos anos 60 ou 80, eles não conhecem a história do Quénia, não ouviram falar do Jomo Kenyatta e da Revolta dos Mau-Mau.

Quais são os principais desafios que o contigente queniano podem vir a enfrentar no Haiti?

Para já, as infra-estruturas urbanas estão em péssimo estado. Depois vão intervir num país cuja cultura e língua não conhecem. Uma parte da população têm um certa esperança nessa intervenção porque eles sofreram demasiado com as crueldades dos bandidos e outra parte considera que é uma nova forma de ocupação porque as intervenções anteriores internacionais, nomeadamente as missões enviadas, como por exemplo a MINUSTAH [Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti] não tiveram resultados. Há uma parte de desconfiança e outra parte de esperança, mas acho que a parte esperança, por enquanto, é maioritária. Se as primeiras acções, pelo menos simbólicas, forem acções eficazes, a parte da esperança vai crescer.

A comunidade internacional, em particular as Nações Unidas, apoia o envolvimento do Quénia no Haiti, apesar de outros países não terem dado este passo. Como é que explica que a comunidade internacional queira apoiar o contigente queniano?

Porque a situação no Haiti representa um descalabro total e porque as forças haitianas estão em número muito inferior às capacidades dos bandidos, em termos de número e em termos de armamento. A única solução, tirando as linchagens que não podem constituir uma solução viável. A última solução era uma intervenção exterior, com forças exteriores multinacionais, se possível.

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RFI: Quais são os objectivos desta missão e de que forma esses objectivos podem vir a ser alcançados?

Rafael Lucas: Os objectivos são ajudar o governo haitiano a restabelecer a ordem, mas nem sempre corresponde à necessidade da população haitiana, que é eliminar os bandidos, porque a população, na sua maioria, não quer que os bandidos sejam julgados. Eles preferem que o contigente queniano os ajudem a impor tranquilidade e paz, sobretudo nas vias de circulação inter-urbanas porque os bandidos atacam veículos de transporte e também querem que as crianças possam ir à escola, que os veículos possam circular e que a vida económica possa ser retomada.

Esta decisão foi tomada em resposta à crise, como explicou de segurança que o Haiti enfrenta e que se agravou desde o passado mês de Fevereiro, marcado por um aumento de violência entre gangues, sequestros e uma situação humanitária crítica Esta missão pretende restaurar a ordem, combater gangues, fornecer ajuda humanitária, É isso?

Por enquanto, o contigente queniano vai garantir a possibilidade de proteger os prédios oficiais. A maioria desses prédios já foi assaltada pelos bandidos e a maior parte dos funcionários já fugiu desses prédios, incluindo os hospitais. Então, as forças quenianas têm como missão garantir a tranquilidade desses prédios. A questão dos prédios não constitui a prioridade da população.

Qual é a prioridade da população?

É primeiro a circulação e depois querem que o contigente possa eliminar os agrupamentos de bandidos porque eles já tinham começado há um ano, um ano e meio, mais ou menos uma operação para reduzir bandidos, chamada "linchamento", muitos bandidos foram linchados, foram queimados. É um método brutal e quase medieval, mas esse método deu resultados, pelo menos durante certo tempo, até que os bandidos se conseguiram adaptar e também mudar de estratégia.

Que cooperação existe entre o contigente queniano e as forças haitianas locais, bem como outros contingentes internacionais presentes no terreno?

Acho que o governo haitiano estava à procura de uma ajuda internacional que no princípio devia começar a partir dos países mais próximos. Só que os países da América Latina, a maior parte deles, recusaram aventurar-se no atoleiro haitiano. Os Estados Unidos, por razões históricas, a França também, e o Canadá e outros países como o Brasil, também recusaram. Eles foram buscar ajuda a África e o Presidente do Quénia propôs enviar um contigente

Por que é que esses países todos recusaram ajudar e enviar polícias para o Haiti?

Os Estados Unidos já tinham invadido e ocupado Haiti entre 1915 e 1934 e a ocupação americana deixou um verdadeiro traumatismo no Haiti. A França também, pelas mesmas razões depois, os outros países sabem que os bandidos podiam utilizar a presença deles como pretexto para se redimir e mostrar que lutavam contra a ocupação estrangeira. Mas com os africanos, eles não têm os mesmos argumentos.

Existe a relação histórica entre o Quénia e o Haiti, apesar de ser limitado em termos de profundidade histórica e interacções directas. Os dois países partilham fortes laços simbólicos, como nações que lutaram pelas suas independências contra potências coloniais e contribuíram para o surgimento de movimentos de descolonização e cooperação internacional...

Sim, é um argumento que eles utilizam, mas no Haiti a população não tem nenhuma referência a propósito do Quénia, tirando alguns filmes sobre animais, filmes dos anos 60 ou 80, eles não conhecem a história do Quénia, não ouviram falar do Jomo Kenyatta e da Revolta dos Mau-Mau.

Quais são os principais desafios que o contigente queniano podem vir a enfrentar no Haiti?

Para já, as infra-estruturas urbanas estão em péssimo estado. Depois vão intervir num país cuja cultura e língua não conhecem. Uma parte da população têm um certa esperança nessa intervenção porque eles sofreram demasiado com as crueldades dos bandidos e outra parte considera que é uma nova forma de ocupação porque as intervenções anteriores internacionais, nomeadamente as missões enviadas, como por exemplo a MINUSTAH [Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti] não tiveram resultados. Há uma parte de desconfiança e outra parte de esperança, mas acho que a parte esperança, por enquanto, é maioritária. Se as primeiras acções, pelo menos simbólicas, forem acções eficazes, a parte da esperança vai crescer.

A comunidade internacional, em particular as Nações Unidas, apoia o envolvimento do Quénia no Haiti, apesar de outros países não terem dado este passo. Como é que explica que a comunidade internacional queira apoiar o contigente queniano?

Porque a situação no Haiti representa um descalabro total e porque as forças haitianas estão em número muito inferior às capacidades dos bandidos, em termos de número e em termos de armamento. A única solução, tirando as linchagens que não podem constituir uma solução viável. A última solução era uma intervenção exterior, com forças exteriores multinacionais, se possível.

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