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Uma última rave antes de Auschwitz 2.0. Outra conversa com Luhuna Carvalho

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Quando chegar a altura de erguermos o nosso próprio muro das lamentações, em tantos dos bilhetes deverá ler-se a muita pena de não termos feito mais festas, levado mais gente para a cama, talvez porque essa sim parece ter sido uma lição decisiva, a de que não poderíamos levar uma existência artística ficando limitados ao dia, mas deveríamos ter procurado por todos os meios alcançar a vida nocturna da humanidade bem como os seus mitos e símbolos. A embriaguez, o sonho capaz de pôr em causa a realidade do dia vivido e dele extrair certos pedaços, fragmentos bizarros, ordenando-os de forma ilógica num padrão arbitrário. Repetiremos as frases dos nossos mortos que testemunharam plenamente o absurdo, escrevendo-as e enfrentando-as como hieróglifos, tentando chegar ao fundo da sua razão de ser, mas teremos perdido toda aquela experiência que exige algo mais do que a inteligência. Deveríamos ter passado mais tempo a contar uns aos outros os nossos sonhos, a recriá-los, reconhecendo que nada na arte, nem mesmo os mais inspirados mistérios da música, é capaz de igualar os sonhos. Talvez só a exuberância das celebrações dionisíacas tenham permitido lançar as nossas sombras para lá dessa linha que delimita o campo do possível. Seria bom se tivéssemos escavado algum "covil de piratas, feito de pessoas que sabem desfrutar dos seus últimos momentos de liberdade, flores que sabiam durar apenas umas breves horas". Mas estamos dominados pela ânsia da duração, e a luz artificial é de tal modo constante que não chegamos a acostumar os olhos às trevas, a aprender a ler essas subtis variações do negro. Neste episódio, retomamos a indagação sobre os desastres que nos aguardam antes de ser tempo de reclamarmos de volta a condição política. Relembramos as palavras de Georg Büchner numa carta à família, assinalando como nos últimos tempos aprendera que "só a inevitável miséria das grandes massas pode produzir transformações e que qualquer agitação ou grito de indivíduos isolados não passa de estéril obra de loucos". E acrescenta: "Se escrevem, ninguém os lê; se gritam, ninguém os escuta; se agem, ninguém os ajuda... Não estou disposto a meter-me em jogos revolucionários infantis, nem na política de intrigas imperante". É um retrato do vazio em que nos sentimos afundar por estes dias. Por demasiado tempo acreditámos que seria possível opor algum tipo de resistência virando costas, perseguindo alguma fantasia até aos limites da realidade, mas não demorou muito até que nos víssemos circunscritos a um sótão qualquer, cercados de um museu desmazelado onde pululavam velhos manequins fantasmagóricos de uma loja de modas com um tal cheiro a mofo que este se introduziu nos nossos sonhos ao ponto de até neles termos dificuldade em respirar. Dos nossos sofás gastos vamos assistindo à bancarrota de todas as instituições da alegada maturidade emocional, como nos diz Luhuna Carvalho. Mas o mais difícil é imaginar o que seria capaz de nos fazer despir esta velha carcaça e sentir de novo o desejo de dançar com os outros. Acolhidos na sala deste cicerone marcial, quisemos explorar um outro tipo de constituição moral, começando por fundar de novo o conteúdo da ideia de "amizade". E a partir daí, aproveitando o balanço e a audácia desafiadora dos Houthis, pudemos lançar-nos a supor novos mundos em vez dos velhos. E aqui bem podemos guiar-nos pelo fervilhante onirismo de Joyce ao vislumbrar uma "união de todos, judeus, muçulmanos e gentios. Três acres e uma vaca para todos os filhos da natureza. Carros funerários-salão motorizados. Trabalho manual obrigatório para todos. Todos os parques abertos ao público dia e noite. Lava-loiças eléctricos. (...) Amnistia geral, carnaval semanal, com licença de máscaras, bónus para todos, esperanto a fraternidade universal. Não mais patriotismo de esponjas de bar e impostores hidrópicos. Dinheiro livre, amor livre e uma igreja laica livre num estado laico livre."

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