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ConVersando - O milagre de Nossa Senhora da Aparecida de Adelmar Tavares

4:39
 
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Um poema de Adelmar Tavares pela voz de Zodja Pereira.

Os homens não tinham peixe para o Conde de Assumar.
Os barcos desciam nas águas escuras do rio deserto…
Os barcos subiam nas águas escuras do rio deserto…
Tornavam subindo… descendo… a tentar […]
Lançavam as redes … Puxavam as redes…
E as redes vazias! Sem nada pescar!
Os homens não tinham peixe para o Conde de Assumar.

Domingos Garcia, caboclo valente,
Com os braços de ferro, tocava a empurrar
A triste canoa, sem nada pescar.
Pedroso gritava para os companheiros,
Que logo cortaram as águas escuras do rio deserto…
“- Olá, companheiros! Olá, canoeiros!
Que novas a dar? Que novas a dar?”
E a mesma resposta caía da noite,
Nos barcos vazios, sem nada pescar…
Os homens não tinham peixe para o Conde de Assumar!

João Alves, aflito, já sem esperança,
Olhando as estrelas se pôs a rezar:
“- Santíssima Virgem, tem pena de mim!
Rainha Celeste, tem pena de mim!
És dona dos peixes que moram nas águas…
Ordena que venham encher nossos barcos
Que um só de teus gestos nos pode salvar!…
Dá-nos peixe pra Dom Pedro,
Para o Conde de Assumar!”

E a rede atirando, com punho de mestre,
A rede nas águas se abriu em estrelas.
Caiu… foi ao fundo… João Alves chorava,
João Alves rezava, tocado de fé!
Puxou de mansinho, que a rede pesava…
“- São peixes – dizia – São peixes, enfim…
Que Nossa Senhora tem pena de mim…
“Mas – oh! – luz estranha que vem dentro à rede,
É Nossa Senhora que vem dentro à rede,
Do pobre, do humilde, feliz pescador,
Que louco de alegre se põe a gritar:

– Olá, canoeiros! Olá, companheiros!
Olá, pescadores que estais a pescar!
Milagre! Milagre! Fazei vossos lanços!
Que Nossa Senhora já me apareceu!”
E os homens todos tocados
De uma alegria sem par,
Encheram os barcos de peixes
Para o Conde de Assumar.

Oh! Nossa Senhora, que ouviste o barqueiro,
Que ouviste há dois séculos, de nós não te vás!
Nem mesmo um instante, sequer, nos esqueças!
Tu, que apareceste, não desapareças
Daqui, desta Pátria! Jamais! Nunca mais!

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Os homens não tinham peixe para o Conde de Assumar.
Os barcos desciam nas águas escuras do rio deserto…
Os barcos subiam nas águas escuras do rio deserto…
Tornavam subindo… descendo… a tentar […]
Lançavam as redes … Puxavam as redes…
E as redes vazias! Sem nada pescar!
Os homens não tinham peixe para o Conde de Assumar.

Domingos Garcia, caboclo valente,
Com os braços de ferro, tocava a empurrar
A triste canoa, sem nada pescar.
Pedroso gritava para os companheiros,
Que logo cortaram as águas escuras do rio deserto…
“- Olá, companheiros! Olá, canoeiros!
Que novas a dar? Que novas a dar?”
E a mesma resposta caía da noite,
Nos barcos vazios, sem nada pescar…
Os homens não tinham peixe para o Conde de Assumar!

João Alves, aflito, já sem esperança,
Olhando as estrelas se pôs a rezar:
“- Santíssima Virgem, tem pena de mim!
Rainha Celeste, tem pena de mim!
És dona dos peixes que moram nas águas…
Ordena que venham encher nossos barcos
Que um só de teus gestos nos pode salvar!…
Dá-nos peixe pra Dom Pedro,
Para o Conde de Assumar!”

E a rede atirando, com punho de mestre,
A rede nas águas se abriu em estrelas.
Caiu… foi ao fundo… João Alves chorava,
João Alves rezava, tocado de fé!
Puxou de mansinho, que a rede pesava…
“- São peixes – dizia – São peixes, enfim…
Que Nossa Senhora tem pena de mim…
“Mas – oh! – luz estranha que vem dentro à rede,
É Nossa Senhora que vem dentro à rede,
Do pobre, do humilde, feliz pescador,
Que louco de alegre se põe a gritar:

– Olá, canoeiros! Olá, companheiros!
Olá, pescadores que estais a pescar!
Milagre! Milagre! Fazei vossos lanços!
Que Nossa Senhora já me apareceu!”
E os homens todos tocados
De uma alegria sem par,
Encheram os barcos de peixes
Para o Conde de Assumar.

Oh! Nossa Senhora, que ouviste o barqueiro,
Que ouviste há dois séculos, de nós não te vás!
Nem mesmo um instante, sequer, nos esqueças!
Tu, que apareceste, não desapareças
Daqui, desta Pátria! Jamais! Nunca mais!

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